Como o estudo musical pode beneficiar as pessoas com Síndrome de Down?

A música é feita de várias formas, mas em todas elas encontramos pelo menos um desses quatro elementos: timbre, ritmo, harmonia e melodia. A prática do convívio social também se faz na diversidade (que bom). Com o objetivo de fomentar o respeito a diferença, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Dia Internacional da Síndrome de Down, efeméride instituída no dia 21/3, com referência aos três cromossomos no par 21 que caracteriza a condição genética das pessoas com Síndrome de Down. A data é também um convite à conscientização, empatia e colaboração. 

Em 2025, o tema da campanha global é ‘Suporte para quem precisa. Todos juntos pela Inclusão. Seja Rede de Apoio!’, um convite para que a sociedade atue como uma rede de apoio para garantir a inclusão plena de pessoas com Síndrome de Down. A inclusão enquanto ambiente de apoio, compreensão e solidariedade, de modo a desenvolver a potencialidade de cada pessoa.
 

Integrantes da Big Band do Guri de São Paulo / Crédito: Robs Borges

Tipos de Síndrome de Down
No final da década de 1950 foi descoberto que a síndrome é causada pela alteração genética de um cromossomo (nos humanos há 46 pares de cromossomos, sendo 23 da mãe e 23 do pai). Mais adiante, porém, os estudos mostraram que esta alteração pode ocorrer de três formas: trissomia livre, a mais comum, quando o cromossomo 21 extra está em todas as células; mosaicismo, tipo mais raro, no qual o indivíduo tem 46 cromossomos em algumas células e 47 em outras; e translocação, ocorre por herança genética, quando há dois cromossomos do par 21 completos (o comum) e um pedaço mais ou menos grande de um terceiro cromossomo 21, que geralmente está colado a outro cromossomo de outro par (geralmente o 14).

O que a Síndrome de Down pode causar?
Além das características físicas mais comuns (como olhos puxados e orelhas menores), as pessoas com esta condição genética têm déficit intelectual e estão suscetíveis há uma série de alterações clínicas, algumas bastante severas. 

Alguns indivíduos apresentam alterações na cavidade oral (resultando em mandíbula e maxilar menores) e modificações funcionais na língua; alterações cardiovasculares (como maior risco de doenças cardíacas congênitas, obstrução das artérias e complicações pulmonares); transformações endócrinas (que acarretam na diminuição dos hormônios de crescimento e na tendência ao ganho de peso); e problemas auditivos (como má formação do ouvido, perda auditiva e tendência a inflamações).

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A educação musical é uma importante ferramenta para promover o desenvolvimento cognitivo, social e psicomotor. “A música tem se mostrado uma ferramenta bastante poderosa no processo de inclusão e desenvolvimento de crianças e adolescentes com Síndrome de Down. Através dela, é possível estimular a comunicação, a expressão emocional, a coordenação motora, a atenção e a memória. Além disso, a música oferece um espaço de socialização e empoderamento, pois permite que essas crianças compartilhem suas habilidades de maneira criativa, colaborativa e sem julgamentos. O ensino da música, seja em grupos ou individualmente, pode facilitar o aprendizado, aumentar a autoestima e contribuir para a construção de uma identidade própria e de um sentimento de pertencimento. Nesse sentido, a música se torna uma ponte que conecta indivíduos, promovendo a inclusão e respeitando as individualidades de cada pessoa”, descreveu a equipe Social da Santa Marcelina Cultura, instituição gestora do Guri, EMESP Tom Jobim e Theatro São Pedro.

1.      Melhora de qualidade de vida; 

2.      Desenvolve a fala;

3.      Desenvolve a coordenação motora;

4.      Promove movimentos físicos e desenvolvimento da postura, da motricidade grossa (movimentos amplos) e motricidade fina (movimentos específicos);

5.       Melhora a memória e concentração;

6.      Amplia a escuta ativa e percepção auditiva;

7.      Desenvolve os sentidos de maneira integral;

8.      Colabora com as habilidades de leitura e compreensão de textos;

9.      Expande o repertório cultural;

10.  Aumenta a criatividade;

11.  Trabalha noções de lateralidade, ritmo, tempo e espaço;

12.  Estimula a comunicação e a expressão em suas diversas formas;

13.  Colabora para o fortalecimento muscular;

14.  Expande a capacidade pulmonar; 

15.  Contribui para o entendimento do processo organizacional;

16.  Fortalece vínculos afetivos e promove a segurança emocional;

17.  Desenvolve a competência do trabalho em equipe;

18.  Favorece a compreensão de conceitos de responsabilidade; 

19.  Contribui para a construção de uma identidade própria e seu reconhecimento;

20.  Fortalece os sentimentos de pertencimento e autoestima;

21.  Desenvolve o sistema psicomotor, contribuindo para o controle dos músculos;

 

O acesso a saúde e educação de qualidade, aliada a estímulos assertivos, minimiza os desafios e favorece a melhoria da funcionalidade em todas as áreas de desenvolvimento da vida. “Ao proporcionar oportunidades de aprendizagem, socialização e desenvolvimento de habilidades, garantimos que eles e elas possam tomar decisões sobre sua vida, realizar escolhas e participar ativamente na sociedade. A autonomia é um direito fundamental que contribui para a autoestima e para o sentimento de pertencimento”, reforça a equipe social. 

Convite à campanha de engajamento das meias
O uso de meias coloridas ou trocadas no dia 21/3 é uma forma de conscientizar o público em geral e apoiar as pessoas com Síndrome de Down. A iniciativa é parte da campanha internacional "Lots Of Socks", que significa "Muitas Meias" e visa chamar a atenção para as diferenças – e, sobretudo, o respeito às diferenças.